À Parahyba
Parahyba do norte,
como seus filhos,
homens e mulheres,
gente de sorte.
Do sertão ao mar,
úmida e árida,
suada e sábia,
do oriente é o apontar.
Quanta beleza,
altiva em sua fortaleza.
Apesar da labuta,
sofre com a natureza.
Na sua pele queimada,
tem muita bravura.
Suas mulheres são arredias,
mas também têm candura.
Para Parahyba falar,
só com a devida licença.
Pois em seu leito surgiram
homens de estatura imensa.
Rêgo e Joãos.
Américo e Anjos.
Alves e Margaridas.
Mártires e fulanos.
De suas águas
se traduz riqueza.
Pescadores podem testemunhar,
em sua diária batalha,
Até contra baleias em alto-mar.
Pequena e premida,
seu povo a agiganta.
Se ameaçada ou ferida,
contra todos se levanta.
Do seu nome não se rima,
porque a grandeza é sua sina.
Em suas pegadas devemos mirar,
pois até o Sol é o primeiro a nos beijar.
De Cajazeiras ao Cabo Branco,
tu és linda em todo seu canto.
Se no passado temos sangue,
e na bandeira tem o luto,
é para que não ocorra no futuro,
a negação que nos oprima.
Se pobre é o poema,
grande é o amor,
por esta pequena,
quente e com calor.
Márcio Lacerda de Araújo
Brasília, 21 de outubro de 2002
Nenhum comentário:
Postar um comentário