CÁSSIO CUNHA LIMA - governador cassado três vezes - filho de um ex-governador, Ronaldo Cunha Lima (texto alterado a favor da elegância), elegeu como prioridade número um de seu desgoverno manter-se no poder.
No Brasil, ele é seguramente o melhor no que faz: segurar-se no poder. Político profissional, foi prefeito de Campina Grande duas vezes, deputado federal, Superintendente da SUDENE e governador da Paraíba por duas vezes. É um currículo e tanto.
Mas o que a Paraíba não esquece é que para ele ser Governador, ele fez tudo que a lei eleitoral não permitia.
Seis anos depois de eleito e reeleito, ainda não fez nada pelo estado. Nem vou aqui relacionar as promessas não cumpridas, a omissão de administrar, as improbidades administrativas (cadê o MP?), porque toda a Paraíba já sabe disso.
Administrar para Cássio é colocar parentes em tudo que é órgão importante e nomear um bando de correligionários iguais com o pensamento igual ao dele para os milhares de cargos em comissão com gratificações miseráveis.
Todavia, é preciso dizer que só uma coisa bem feita ele tem conseguido fazer: MANTER-SE NO PODER, mesmo que a custa de bons advogados e marqueteiros. É o segredo do sucesso: bons advogados e bons publicitários, bem pagos, óbvio, com dinheiro público, idem.
Para todos que querem seguir carreira política, por favor, não se espelhem nesse homem.
Administrar é eleger prioridades: saúde, educação, segurança alimentar, segurança pública, investimentos públicos, emprego, trabalho e renda. Por favor, lembrem-se, estamos no estado mais pobre da região mais pobre de um país não tão pobre assim.
Pensem, futuros políticos, que a coisa é pública, ou seja, res publica, daí o significado de REPÚBLICA. O poder é exercido por intermédio dos homens, mas o serviço é PÚBLICO, a Administração é PÚBLICA, o bem é PÚBLICO, os impostos são PÚBLICOS, e não para POUCOS.
Gostaria de externar toda minha ira por conta da sessão do TSE, na qual um Ministro não da carreira pediu vista de "embargos de declaração", tcs tcs, mas não o farei por respeito à Justiça e na esperança de que os homens passam mas a Instituição é perene.
Faço minhas palavras as do insígne Ministro Joaquim Barbosa, que honra o cargo que ocupa: "escárnio, tramóia, escândalo, estapafúrdia... justiça sem credibilidade não é nada".
O nobre Ministro do STF lembra hoje outro Barbosa, um dos mais respeitados juristas do Brasil, Rui, para quem:
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".
Márcio Lacerda de Araújo
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