quarta-feira, 15 de julho de 2009

A discreta "batalha" pelo pré-sal



Num site de notícias da China, em espanhol, descobri uma preciosa matéria sobre o nosso pré-sal. E fiz uma tradução livre e adaptada, portanto, não copiei e não estou submetido às regras de copyright.

Na matéria, divisa-se uma guerra que está a ocorrer por causa do nosso petróleo. Empresas americanas e seus consultores e executivos mais bem pagos do que os da Petrobras, já estão a agir e a criar "factóides" para justificar a tungada no patrimônio nacional. Não esquecer que seus representantes na política brasileira são os elitistas dos Demos e Tucanos.

A leitura do original, pelo menos, vale a pena.

Márcio Lacerda de Araújo

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Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 2009 - Xinhuanet -


Uma das notícias que chamou atenção essa semana foi proporcionada por duas companhias petrolíferas estadunidenses, que anunciaram não haver encontrado petróleo nem gás natural em um poço perfurado no "Pré-sal".

De acordo com o anúncio da Exxon Mobil e Hess Corporation, o poço perfurado no Campo de Guarani, situado na área de concessão BMS-22, na Bacia de Santos, não revelou a existência de hidrocarbonetos, sendo o que se chama de "poço seco".

O anúncio chamou a atenção porque é o primeiro, dos 16 já perfurados na formação conhecida como "pré-sal", que não encontrou petróleo e gás.

O "pré-sal"é uma formação situada profundamente abaixo do fundo do oceano Atlântico, para chegar lá, é necesário atravessar um costa de sal de 2.000 metros de espessura, onde se descobriram (Petrobrás) ricas jazidas cruas de boa qualidade.

Nesta hora a empresa brasileira Petrobras, que descobriu essa formação, havia perfurado 15 poços nas seis áreas de concessão em que esta opera, com um índice de aproveitamento de 100 por cento: todos encontraram petróleo. (Nesse caso, fica patente a excelência e competência da Petrobras).

Também chamou a atenção o feito de que a empresa petrolífera nacional - Petrobrás - emitisse uma nota em que afirma que a ocorrência de novos "poços secos" é muito "improvável", por causa dos modelos geológicos conhecidos, à quantidade de informações disponíveis e à sua própria experiência com êxitos.

Em seguida, o panorama começou a ficar mais claro. Vários conhecidos defensores de que se aplique ao "pré-sal" o mesmo sistema de concessões vigente atualmente para os campos petrolíferos comuns saíram a comentar o caso.

O analista da Modal Asset, Eduardo Roche (não brasileiro, é francês), assinalou que o "poço seco" perfurado pelas empresas americanas "é um alerta suficiente para que o governo reavalie o que se fará" no "pré-sal".

João Carlos de Lucca (não é brasileiro, é italiano), presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), que reúne as empresas privadas, considera que o campo de Guarani comprova os altos custos e as dificuldade de extração desse petróleo.

Ambos (os lobistas) enfatizaram que a justificativa para mudar o regime de exploração e concessão no "pré-sal" era o índice de "100 por cento de acertos", algo muito raro na indústria petrolífera. que agora põe em dúvida esse direito do Governo (Lula de mexer no marco regulatório) a partir da experiência da Exxon e Hess.

Também associaram o baixo nível de risco com a idéia, predominante no governo, de criar um regime de produção compartilhada em que as empresas de petróleo poderiam ser contratadas como operadoras, simplesmente.

Agora, disse o consultor geológico e ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), John Forman (este com certeza não é brasileiro, é americano), já não se justifica a "euforia" com que passou-se a discutir o novo marco regulatório da atividade no "pré-sal".

É que, coincidentemente, a comissão interministerial encarregada de elaborar o anteprojeto de novo marco regulador parece haver unificado suas posições e está pronta para entregar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva suas conclusões.

Pelo que foi especulado, parece haver consenso entre os integrantes da comissão no que diz respeito a recomendar ao presidente a adoção do que se é chamado de "o modelo norueguês", cujos bons resultados são conhecidos.

Trataria-se de criar uma nova empresa estatal, de dimensões muito reduzidas, que administraria as jazidas do "pré-sal" e contrataria empresas petrolíferas para que as explorassem, pagando por seus serviços (simples assim).

Os resultados da venda do petróleo (simples) assim obtido formaria um fundo estatal, cuja renda se utilizaria para financiar uma educação de melhor qualidade e programas sociais, reservando o capital para "inversões estratégicas" (para possíveis 'transformações políticas, sociais e econômicas').

Esse modelo não interessa muito as empresas (americanas) do setor, que prefeririam a manutenção do atual sistema de concessões (a Lei Ordinária n. 9.478/97 que FHC sancionou, e que revogou a Lei n. 2004), em que as empresas são donas do petróleo que extraem, pelo pagamento de "royalties" (inconstitucional a Lei).

A discussão pública parecia perdida, mas a aparição do "poço seco" na área BMS-22 tem servido para renovar os argumentos a favor do modelo vigente, uma vez demonstrados os "riscos" do "pré-sal" (é o factóide).

Um acontecimento muito oportuno para as petrolíferas provadas.

Copyright: Agencia de Noticias Xinhua de China se prohibe la redistribución e todo o parte de los contenidos de los servicios.

Copyleft: (Márcio Lacerda de Araújo). Em que pese o direito de cópia da agência chinesa, reservo-me o direito de tradução e adaptação criativa do texto, disponível o original gratuitamente na internet neste link. Márcio Lacerda de Araújo.

Fonte:

http://www.spanish.xinhuanet.com/spanish/2009-07/12/content_905445.htmde Xinhua sin el consentimiento expreso de nuestra Agencia

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