O Choro da Inocência é um texto poético que ficou em Segundo lugar em um concurso nacional e tem como autora RAYSSA MONTENEGRO, paraibana, que desde cedo já demonstra talento, sensibilidade e facilidade para escrever sobre coisas da realidade que muitos não conseguem divisar. Enjoy it. (MLA)
"Pela minha janela vejo os restos de um dia que foi um todo, o verde mesclado a carvão em chamas, o choro de tudo que é tão inocente, que não tem voz para pedir socorro, fazer suas súplicas ou implorar por um último pedido. Vejo o vazio de todos os desaparecidos, o barulho infernal das máquinas de fazer morte, a ignorância daqueles que não sentem a dor de suas vítimas.
Por que será que eles nunca entendem, que o sangue que pulsa lá fora é tão vermelho quanto o sangue que pulsa em nós? A natureza grita histericamente, aos ouvidos das poucas pessoas sensíveis que ainda restaram entre os escombros do que se pode chamar de humanidade, embora pareça que só eu possa escutar, todo aquele barulho.
O que ganhamos em troca queimando, arruinando, desmoronando o passado para construirmos nosso futuro em cima? Com certeza os alicerces são muito fracos, e, mais cedo ou mais tarde, a obra irá cair aos pedaços, e nós iremos junto com ela.
Silenciosa, a natureza espera o dia do acerto de contas e irá responder com fúria às perguntas que nunca tivemos sequer a chance de perguntar, porque tempo é dinheiro e nós nunca paramos. Somos os filhos do trabalho, escravos do relógio, e esquecemos, que o tempo foi feito para o homem, e não o homem para o tempo, mas a paciência é a maior virtude dos fracos e a força, um dom inexplicável dos calados.
Vejam vocês tudo o que eu vejo agora, em cada janela do mundo. Sei que essa pintura se repete, que meu pesadelo é uma realidade concreta, que os pintores desse horrível quadro ainda não finalizaram sua obra de arte, de tão perfeito mau gosto. Quem nunca ouviu o choro de um ser na hora da morte, não é capaz de entender o que é a vida."
Rayssa Pessoa Montenegro
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