Do UOL Notícias
O presidente Lula disse nesta segunda-feira, 23, em entrevista à Rádio Jornal de Recife, Pernambuco, ao radialista Geraldo Freire, que vai deixar o país muito mais preparado do que quando recebeu.Leia, abaixo,
a transcrição da íntegra.
Jornalista: Nós estamos com a rede inteira ligada, nesta hora, com Limoeiro, Garanhuns, Pesqueira, Petrolina, Arcoverde, Serra Talhada, Salgueiro. Podemos começar falando talvez por Petrolina. Havia uma preocupação, inclusive, do governo, o governador Eduardo Campos também falou sobre isso um dia desses, com a crise que poderia estar atingindo mais Petrolina do que outros municípios aqui, de Pernambuco. O que o senhor diz para Petrolina agora?
Lula: Geraldo, primeiro nós temos que ter em conta que essa crise mundial causada, sobretudo, pelos países ricos, por mau gerenciamento do sistema financeiro, seja dos Estados Unidos ou da Europa, ela chegou ao Brasil de uma forma diferente. Ou seja, nós temos um mercado interno altamente forte, e esse mercado interno tem se recuperado, se você comparar o estado do final do ano com o mês de fevereiro e março, esse mercado interno tem se recuperado. E agora tem um problema do setor de exportação, que nós vamos ter alguns problemas, sobretudo no setor de máquinas, automóveis, isso tem caído.
Eu espero que o mundo não deixe de comer as frutas nordestinas por causa da crise. Eu estou convencido de que o sacrifício que o povo brasileiro está fazendo, sobretudo o povo exportador, será se curta duração, porque quem importa carne, quem importa fruta, quem importa soja do Brasil, sabe que vai ter que continuar comendo e, portanto, vai continuar importando.
Nós vamos trabalhar da forma mais vigorosa possível para tentar ajudar os setores exportadores brasileiros, porque nós entendemos que esse setor é vital. E, seja a Europa, seja o Japão, seja a Venezuela, seja a Argentina, quem comprava as nossas frutas vai ter que continuar comprando.
Nós temos que ter em conta, Geraldo, que os meses de outubro, novembro, dezembro e janeiro foram atípicos. Nós temos que trabalhar com a certeza de que vamos ter um segundo semestre muito melhor e que vamos ter, possivelmente, um final de 2009 muito bom. É com essa certeza que eu trabalho, é com essa convicção que eu trabalho.
E nós vamos cuidar de ajudar os nossos produtores. É nessas horas que o governo tem que entrar para ajudar as pessoas, seja através de medidas do próprio governo, sejam medidas do Banco do Brasil, sejam medidas do BNB, para que a gente possa rolar a dívida desses companheiros, não permitir que o sufoco da crise internacional venha matar afogados companheiros que apostaram e que trabalharam direitinho.
Jornalista: Presidente, por favor, fale sobre a minha paixão, que é a transposição do Rio São Francisco. Quando o senhor nos deu a oportunidade de entrevistá-lo, em Brasília, esse era o nosso grande tema, e de lá para cá aconteceram muitas coisas. Teve o protesto do dom Cappio, e já tinha aqui um jornalista doido, que já estávamos, eu e ele, o Fernando Valença, iríamos fazer uma greve de fome pela transposição.
E o governador Eduardo Campos disse, recentemente, que passou por lá e ficou encantado com o que viu. Fale sobre essa transposição e a possibilidade de tê-la antes do fim do seu mandato.
Lula: Deixa eu lhe dizer uma coisa, Geraldo. Essa obra, para mim, é a obra dos meus sonhos. Até porque eu fui carregador de pote d'água em Caetés - naquele tempo era Garanhuns - e, portanto, eu sei o sacrifício do povo sertanejo, nordestino, com o problema da água.
Essa obra está andando a todo vapor. Eu quero inaugurar grande parte dela antes de deixar a Presidência da República. E, agora, acho que no mês de abril ou no mês de maio, eu vou fazer uma viagem por todo o trajeto do canal. Se Vossa Excelência tiver disposição de fazer essa viagem comigo, eu quero convidar um grupo de jornalistas para fazer a viagem. Eu, inclusive, pedi ao ministro Gedel que onde fosse possível essa obra fosse contratada em dois turnos ou em três turnos, para a gente poder gerar mais empregos. Eu, inclusive que vir visitá-la de dia e de noite, para mostrar ao Brasil que nós estamos fazendo muita coisa para enfrentar o desemprego no Brasil. E, por isso, nós estamos dizendo para todas as obras do PAC, onde puderem, serem contratadas no mínimo em dois turnos, para contratar duas turmas em vez de uma.
Hoje me parece que está sendo liberado o dinheiro para a Transnordestina. O que vai acontecer com a Transnordestina? Nós vamos colocar quatro ou seis turmas trabalhando para fazê-la, para inaugurar em 2010 grande parte dela. Ou seja, nós temos dinheiro, tem gente querendo trabalhar, nós temos os dormentes, temos os trilhos, portanto essa obra vai andar de vento em popa aqui no estado de Pernambuco, no estado do Piauí e no estado do Ceará.
Você vai ver que você vai ter o prazer de visitá-la comigo, sair da sua sala lá, com ar condicionado, onde você sempre me entrevistou, e nós vamos fazer entrevista lá, vendo o peão trabalhar, para você ver que este país não tem que ter medo de crise, não tem que se assustar com crise. Isso é como uma gripe. Uma gripe, num cabra muito fino, ele fica de cama, num cabra macho, ele vai trabalhar e não perde uma hora de serviço por causa de uma gripe. É assim que eu quero fazer neste país: mostrar que existe uma crise, que ela é muito grave, que o Obama tem mais problemas do que eu, que os alemães têm mais problemas do que o Brasil, e que nós vamos enfrentar essa crise trabalhando, quanto mais crise, mais trabalho, quanto mais crise, mais Investimentos, porque é assim que nós vamos debelar essa crise causada pela irresponsabilidade do sistema financeiro internacional.
Jornalista: Quando há alguns que dizem que o senhor demorou a enfrentar a crise como devia enfrentar, o senhor, o que é que diz a eles?
Lula: Primeiro, quem diz isso deve estar dizendo uma asneira profunda, porque você não enfrenta uma crise quando ela não existe. A verdade é que a crise começou nos Estados Unidos, em setembro de 2007, ela só foi chegar aqui em agosto de 2008. E, assim que ela chegou, eu duvido que tenha tido, no mundo, um governo que tenha tomado as medidas com a habilidade e com a rapidez que nós tomamos, todas as medidas. E vamos tomando. À medida que forem surgindo os problemas nós vamos atacando, setor por setor, porque nós não queremos fazer o chamado "pacote econômico" que se fazia no passado, porque todo pacote, quando ele não dá certo, o povo é que fica com o prejuízo.
Então, nós não queremos isso. Nós vamos tomar medidas, quarta-feira nós vamos anunciar o plano de construção de 1 milhão de casas neste país. É o projeto mais arrojado de construção de habitação para o Brasil. Nós já chamamos todos os governadores, já conversamos com os governadores, já conversamos com os prefeitos das capitais, já conversamos com os movimentos de moradia do Brasil, já conversamos com os empresários. E agora está tudo preparado para a gente lançar o maior programa de habitação já lançado no Brasil, com duas coisas: primeiro, atender a demanda habitacional, segundo, gerar empregos que é o que nós precisamos nesse momento.
Jornalista: Nos fale sobre a BR-101. Até dizem que ela avançou um pouco mais para o Rio Grande do Norte e para a Paraíba do que no trecho Pernambuco. O que está havendo com ela?
Lula: Veja, eu tenho conversado com o comandante do Exército e toda vez que eu encontro com ele, eu pergunto: e a nossa obra, comandante? E ele me diz que aqui em Pernambuco nós tivemos um problema no solo, tem um trecho em que o solo é muito mole, ou seja, não pode colocar o concreto. Primeiro eles têm que fazer o aterro, fazer o dreno, para depois então fazer a obra. Pode demorar um pouquinho mais, mas certamente o Nordeste será dono de uma das rodovias mais bonitas deste país. E você verá, está sendo feita com uma qualidade tal que vai demorar pelo menos 30 ou 40 anos para fazer manutenção naquela estrada.
É isso que as pessoas têm que entender, que você pode fazer uma estradinha com uma capinha fina de asfalto, fica bonita, três dias depois da primeira chuva já está com buraco. Essa não, essa está sendo feita de concreto, por isso é que nós reequipamos todo o Batalhão de Engenharia do Exército, para fazer a estrada mais bonita, para quem quiser passear de carro no Nordeste não reclamar nunca mais. Eu fui outro dia fazer uma visita, ela realmente está bonita.
Eu quero no meu mandato inaugurá-la toda, porque eu acho que nós merecemos.
Jornalista: Presidente, um pouquinho de política, os jornalistas estão ouvindo, eles adoram esses sistemas políticos, eu prefiro os administrativos, não sei se o senhor também. Mas, por exemplo, está saindo hoje uma pesquisa DataFolha dando 40 para o governador Eduardo Campos e 34 para o senador Jarbas Vasconcelos. Nós temos aqui diversas pessoas que gostariam de ter esse confronto. O senhor também gostaria?
Lula: Eu não gostaria de que tivesse confronto, ou seja, você sabe que eu tenho lado e tenho cara aqui no estado de Pernambuco. Você sabe que eu não entendo porque, mas eu sempre tratei o senador Jarbas Vasconcelos tão bem, não sei por que ele, eleito senador, tem agredido tanto o governo, aliás, tem agredido o Bolsa-Família, tem dito que é esmola, que é não sei o que das quantas. Eu não consigo entender, porque eu sempre tive uma relação boa. Mas aqui no estado de Pernambuco eu tenho lado, e meu lado é o Eduardo Campos, ou seja, nós temos uma aliança estratégica nacional e nós vamos continuar trabalhando juntos.
Eu acho que Pernambuco precisa levar em conta o que está acontecendo no estado de Pernambuco e o que está acontecendo no Nordeste brasileiro. O senador Jarbas Vasconcelos sabe - quem já foi governador aqui sabe, você pode escolher todos os que foram governadores nos últimos 30 anos - nunca foi construída a parceria entre o governo federal e o governo estadual que está sendo construída, nunca. Do PAC, só o estado de Pernambuco tem uma quantia equivalente a R$ 53 bilhões.
Todo pernambucano tem noção do que significa esse estaleiro que está sendo construído aqui, todo pernambucano tem consciência do que significa essa refinaria que está sendo construída aqui, todo pernambucano sabe a quantidade de políticas sociais que nós estamos fazendo aqui no estado. Obviamente que queremos fazer mais, e é possível fazer mais, na medida em que a economia se recupera a gente pode fazer muito mais coisa.
Eu acho que o Eduardo tem sido um parceiro excepcional, tem sido um companheiro de primeira grandeza, de uma lealdade excepcional, ou seja, eu vou dormir toda noite com a tranquilidade de que aqui em Pernambuco eu tenho um governador que jamais falaria uma palavra criticando o governo federal sem razão. E ele sabe que ele tem um companheiro em Brasília que jamais fará qualquer crítica a ele. Se um dia eu tiver que fazer crítica, eu prefiro fazer tête-à-tête com ele do que fazer antes pela imprensa.
Então eu acho que esse confronto, se acontecer, eu não tenho dúvida nenhuma de que o Eduardo Campos será o vencedor. Agora, eu não sei, faltam dois anos ainda para a gente saber quem é que vai ser candidato do outro lado. Eu sei que um candidato está certo, que é o Eduardo Campos, que tem todo o direito de pleitear a reeleição.
Jornalista: Mas não há risco do senhor arrastá-lo para candidato a vice - também falam disso - na chapa da ministra Dilma?
Lula: Eu acho que qualquer candidato a presidente pagaria o preço em ouro para ter um companheiro como o Eduardo. Difícil, até porque é um companheiro da mais extraordinária qualidade. O problema é que Eduardo começou uma obra no estado de Pernambuco e ele sabe que não vai conseguir terminar essa obra em um mandato, porque um mandato de quatro anos não permite que você conclua nenhuma grande obra estruturante. Porque se você tiver que fazer um projeto de uma grande estrada, entre você pensar em fazer o projeto, conseguir licença-prévia, fazer licitação, depois esperar o Tribunal de Contas da União, depois esperar o Ministério Público, depois esperar o poder judiciário, muitas vezes você demora um mandato e não consegue resolver esses problemas.
Eu digo todo dia o seguinte: se Juscelino Kubitschek fosse presidente da República hoje, com a quantidade de lei que nós criamos, com a quantidade de mecanismos que nós criamos, se o Juscelino resolvesse "eu vou fazer Brasília", hoje, ele ainda não teria conseguido licença-prévia para fazer a pistazinha para descer o seu teco-teco. Porque está tudo muito difícil para fazer uma obra neste país, tudo muito difícil. Porque você tem meio ambiente nacional, meio ambiente estadual, você tem Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, você tem... é uma quantidade de gente para dar palpite que a gente termina levando muito mais tempo.
Mas de qualquer forma, Geraldo, eu vou lhe contar uma coisa, eu agradeço a Deus sempre pelo seguinte: eu era contra a reeleição, porque eu sempre tive medo do segundo mandato, eu sempre achei que o segundo mandato era uma coisa muito difícil. Eu tinha um pouco a experiência do Presidente Fernando Henrique Cardoso, mas Deus me deu uma luz que foi fazer o PAC. O PAC era para ter sido lançado em 2006, antes das eleições. Um amigo meu é que me disse o seguinte: "Lula, não lance o PAC agora, porque senão será confundido com uma peça de campanha eleitoral, deixe passar as eleições que você vai ganhar seu PAC". E eu deixei para lançar no dia 22 de janeiro de 2007, graças a Deus.
O PAC hoje está obrigando que governo federal, governo estadual e os prefeitos trabalhem mais do que já trabalharam em qualquer outro governo da sua vida. E isso é uma coisa extraordinária, porque agora quando chegar 2010, eu vou fazer um outro PAC de 2010 a 2014. Eu nem sei quem vai ser o presidente, nem sei, mas eu quero que ele tome posse com uma prateleira de projetos aprovados, para que ele não tenha que perder um ano e meio, dois anos de tempo, fazendo projetos.
Eu vou deixar o Brasil muito mais preparado, do que o Brasil que eu recebi.
Jornalista: Sempre que o senhor vem aqui e, o senhor tem vindo muito, aí aparece alguma informação, algum boato: "o que o Lula quer?" "Lula vai ser candidato ao senado por Pernambuco?" Em algum momento isso passou pela sua cabeça?
Lula: Não, não passou Geraldo. Porque quando eu deixar a presidência... Eu não acho que um Presidente da República tenha que imediatamente voltar para a política. Eu acho que ele tem que ficar fora, tem que fazer uma reflexão. Eu não tenho vontade de ser deputado, não tenho vontade de ser senador. Não me passa pela cabeça isso. Eu fui deputado durante quatro anos. Não gostei da experiência. E pelo que eu estou vendo no Senado agora, deve ser muito mais difícil do que na Câmara, porque as pessoas brigam muito no Senado. Então eu estou... Eu não estou pensando em voltar para a política não. Eu acho que Deus já me deu a glória de ser Presidente da República, não é qualquer um que chega lá. Eu acho que agora, ao sair, eu tenho que ensinar como é que se comporta um ex-Presidente da República: nunca dar palpite sobre o futuro presidente. Nós temos que entender que se o povo elegeu, o povo tem que deixar ele trabalhar, porque ele não pode ser medido por um mês ou por dois meses, ele tem que ser medido pelo mandato dele.
Jornalista: O senhor acha que o Fernando Henrique está falando demais?
Lula: Eu acho que tem presidente que fala demais. Eu, sinceramente, quero dar esse exemplo. Sabe, eu quero deixar... Se for o meu candidato ou se for o adversário que ganhe, eu quero que eles governem sem me meter. E aí eu vou pensar o que eu vou fazer da vida. Eu sou muito jovem ainda. Só tenho 63 anos. Quando eu deixar a presidência vou ter 65 e, um pernambucano que não morre até os cinco anos de idade, chega aos 65 anos com a potência de um jovem de 30.
Jornalista: Para encerrar, um pouco de reforma política. Tem hoje uma questão levantada nos jornais de que, até para prestar uma homenagem ao ex-deputado Clodovil, eles estão pensando em colocar em votação, fazer um plebiscito, aliás, sobre uma diminuição do Congresso Nacional. O parlamento... O deputado, por exemplo... A Câmara diminuiria de 513 para 250. Isso é viável?
Lula: Primeiro, eu não acho que isso resolva o problema. Não acho que isso resolva o problema. Nós temos países menores do que o Brasil que têm mais deputados do que o Brasil. Veja, não era o meu papel, mas eu estou tentando neste meu mandato inteiro falar da reforma política, pedi para o presidente da câmara mandar, pedi para os líderes dos partidos mandarem, ou seja, na medida em que ninguém mandou, nós mesmos fizemos no governo federal, alguns pontos de reforma política e mandamos para o presidente Temer e para o presidente Sarney. O que nós precisamos é de uma reforma política. Não é diminuir o número de deputados. Porque eu acho que nós temos que ter uma representação em que cada estado se sinta confortável com o grupo de representantes que tem lá.
Ora, se diminuir resolvesse o problema, eu queria que tivesse dez, só. Mas não resolve o problema. O que nós precisamos é ter uma boa reforma política, valorizar os partidos políticos, fazer com que cada deputado eleito saiba que ele foi eleito por uma legenda e, portanto, ele tem que respeitar aquela legenda. Quando a direção do partido tomar uma decisão, ela tem que ser cumprida pelos parlamentares.
Fazer com que o financiamento seja público. É importante o povo saber que fica mais barato a União pagar o equivalente a cada eleitor, do que você permitir que os candidatos façam uma verdadeira ciranda, pegando dinheiro com empresário daqui, fazendo caixa dois dali. Ou seja, precisa acabar com isso e para isso é melhor, é mais sadio, a gente criar um fundo partidário, ou melhor, fazer com que a eleição seja financiada pelo dinheiro público. É muito mais barato para o Brasil, é muito mais honesto e o Estado tem condições de fiscalizar.
O partido do Geraldo Freire vai receber tanto de dinheiro para fazer a campanha. Ele sabe quanto custa a propaganda, quanto custa... Se perceber que há suspeição de que o Geraldo está gastando mais, mete uma fiscalização no Geraldo, no partido do Geraldo, obviamente.
Jornalista: Presidente, muito obrigado. Não me deixe com saudade, não, porque dói mais do que saudade de mulher.
Lula: Geraldo, deixa eu dizer para você... Eu estou aqui em Pernambuco hoje, eu vim aqui em Pernambuco, você sabe que eu vou a Vitória de Santo Antão para inaugurar uma grande fábrica da Sadia. E eu acho extraordinário que uma empresa do porte da Sadia venha inaugurar uma fábrica que vai gerar 1.500 empregos em Vitória de Santo Antão. Por que eu acho isso extraordinário? Porque significa que o Nordeste está ganhando credibilidade por uma coisa simples: porque o Brasil está descobrindo que o povo nordestino virou consumidor. O povo está comendo carne, o povo está comprando roupa, o povo... Há um tempo desses fui em um jantar com um monte de empresários e alguém estava se queixando que as vendas dele estavam caindo lá em São Paulo e um cidadão que tem um shopping aqui em Pernambuco falou: "Pois se quiser ganhar dinheiro vá aplicar no Nordeste, porque lá o meu shopping está crescendo 27% ao ano". Ou seja, o povo está comprando cada vez mais.
Então eu vim aqui porque eu acho simbólico, nesse momento em que só se fala em crise, vir inaugurar uma empresa que custou, acho que uns US$ 300 milhões, US$ 350 milhões, e uma empresa que vai gerar 1.500 empregos. E por detrás dessa empresa, obviamente que vêm outras empresas, vem escritório, vem hotel. Ou seja, por isso que eu acho extraordinário. Por isso que eu estou aqui. Além de participar da inauguração do trecho do metrô, mas sobretudo essa fábrica para mim é muito importante. Porque é o Nordeste, é o Nordeste crescendo, é o Nordeste se desenvolvendo.
Eu só quero estar vivo para daqui uns 15 anos vir ver como é que está o Nordeste brasileiro depois de todas essas obras que nós estamos fazendo no Nordeste.
E eu quero terminar dizendo para você que quando eu for visitar a transposição do São Francisco e quando eu for visitar a Transnordestina, eu quero que Vossa Excelência leve esse microfone e vá comigo fazer o programa de lá.
Jornalista: Eu estarei presente.
Lula: Conversando diretamente com os trabalhadores, para você ver que vai aumentar sua audiência.
Jornalista: Presidente, muito obrigado. Obrigado.
* Com informações do site da Presidência da República
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