A globalização trouxe inegáveis avanços, mas não vou me deter neste aspecto. Quero falar, de outra parte, sobre os inegáveis efeitos da globalização midiática, mais especificamente no que tange à criminalidade e à imbecilização (sic) impostas pelos meios de comunicação de massa, a televisão aberta à frente.
Não é de hoje que somos inundados por noticiários policiais grotescos, horas e mais horas de programação onde a violência é a matéria predileta, o desrespeito ao próximo é a notícia, a ausência de valores é a lição, tudo isso a nível global, sem trocadilhos com determinada emissora.
É a pauta do medo, que nos transforma em cidadãos temerosos, ameaçados e que nos empurra para dentro de nossas casas a fim de evitar topar com o mundo cruel apresentado nos monitores de tv. Pergunto eu: quantos homicídios, assaltos ou atos violentos presenciamos pessoalmente? Eu particularmente nunca vi um, a não ser na tv. Mas a maioria responderá também que não viu, mas o vizinho da amiga disse que viu, o primo da namorada foi assaltado, e por ai vai... mas não seria natural que vivendo em cidades cada vez maiores, conhecendo muito mais pessoas que em tempos idos, isso não iria de fato ocorrer? Claro que sim, é natural, estatística e probalisticamente.
Todavia, na ausência de dados honestos acerca do aumento ou da diminuição dos níveis de criminalidade, ficamos sempre com a primeira opção, uma vez que a mídia está aí a nos informar: tráfico de drogas, sequestros relâmpagos, homicídios contra parentes próximos, pedofilia, confronto entre torcidas organizadas, desastres de trânsito, para não falar nas pandemias que surgem todo ano e que ameaçam a humanidade (febre amarela, gripe aviária, suína - e vejam quantas gripes ainda podem surgir diante da enormidade de espécies animais que habitam a Terra).
É a pauta do medo que nos é imposta. E tem sido assim desde que as classes dominantes descobriram que, à falta de um inimigo externo potencial, o medo é o inimigo em comum.
Diante disso, é certo afirmar que a pauta do medo tem influenciado no comportamento das pessoas. Se de um lado as pessoas de bem se sentem premidas a ficarem em casa, de outro, as pessoas de índole ruim e aquelas que a personalidade ainda não está formada, como no caso das crianças e dos jovens, fazem um verdadeiro telecurso do crime.
O telecurso do crime se dá em horário nobre, como também pela manhã, tarde, noite e madrugada, a qualquer hora; quem quiser ver violência é só ligar a tv e procurar que certamente irá achar. Soube recentemente que a Sky está a anunciar "muito mais violência para você" com o intuito de vender sua programação. É demais não?
Olhem a sua volta e tirem suas próprias conclusões: no interior do país hoje se têm brigas de torcidas organizadas, bailes funk, crak, muito crak, e violência em demasia, tudo extremamente idêntico ao que se passa em alguns outros lugares do Brasil, de certo modo, distante da cultura local. O que quero demonstrar é que se não fosse o telecurso do crime midiático diário, novas ocorrências que seriam próprias de outros lugares tardariam a ocorrer, por exemplo, no interior do Amazonas.
Hoje o imbecil está globalizado. Este, por falta de personalidade ou de opção, passa a vestir os mesmos agasalhos e gorros que os manos da periferia de São Paulo, ainda que seja no calor do Nordeste; faz apologia do crime em bailes funks, ainda que seja longe dos morros cariocas; torcidas são organizadas para o crime sob os escudos do Comercial-MT, Campinense-PB e Crato-CE; para não falar no caldeirão de crimes que assola Brasília e entorno. Enfim, quem quiser virar marginal que assista tv em casa.
Márcio Lacerda de Araújo
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Há 13 horas
Muito, mas muito bom mesmo esse texto. Vou usá-lo com uns amigos e parentes paranóicos que tenho.
ResponderExcluirConcordo!!! Sem falar nas Telenovelas, principalmente da Globo, que além de fazer apologia a tudo que possa destruir o homem, a começar pela família, agora tem também apologia a violência entre os jovens na novela Caminho da India, de Glória Perez, e a mesma ainda vem justificar dizendo que quer mostrar a forma errada dos pais educarem seus filhos. Na verdade, com issa justificativa (nojenta, enganosa, ridícula) tenta substimar a nossa inteligência e discenimento para entender quais sejam as suas verdadeiras intenções.
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